O Censo de 2010 mostrou situações curiosas dos municípios no estado do Rio de Janeiro, pois estão na contra mão da tendência mundial. No geral a população do estado aumentou na média de 11% (+ 1.600.000 pessoas), média equivalente da região Sudeste. Tivemos cidades que encolheram sua população, outras que subiram virtuosamente e algumas que se mantém no mesmo patamar dos últimos 10 anos, quando foi realizado o penúltimo censo. Inversamente ao crescimento da população, a maioria dos municípios afetados brutamente, os orçamentos municipais não acompanharam este crescimento e em alguns casos, ficaram mais pobres.
Comparando com o censo de 2000, o município de Macuco continua liderando com a menor população do estado (5.269/habitantes), cresceu apenas 8%. Em 2000 o município de Nova Iguaçu era o segundo maior do estado, perdendo para capital, Rio de Janeiro, hoje perde para Duque de Caxias e São Gonçalo, atual segundo colocado. Nova Iguaçu encolheu -14%, sendo o único dos dez maiores de 200 mil habitantes a ter crescimento negativo. O ex-prefeito e hoje senador Lidenberg Farias deve ter feito muita gente desistir de morar lá. Já os pequenos, com até 30 mil habitantes, Laje de Muriaé encolheu 5%, seguindo de Santa Maria Madalena e Miracema com 1%, respectivamente.
Destacando-se pelo crescimento que despontou com surpreendentes 190%, Rio das Ostras, saltou de 36.419 para 105.757 habitantes. Casimiro de Abreu ficou em terceiro com 60%, seguido de Macaé em 4º com 54%. O que pudemos ver é a influência do Petróleo na região, a “Serra Pelada” nossa, até quando? O número de domicílios para nossa região foi em média de ocupação de 2,3 e 2,6 pessoas para Casimiro e Macaé respectivamente. O crescimento de Rio das Ostras certamente também foi devido a maior oferta de imóveis, pois a média de ocupação ficou em 1,98 pessoas/domicílio. Já no geral, o estado do Rio de Janeiro tem média de 2,6 pessoas por domicílio, provando que existe espaço para investimento em moradias, embora não tenhamos conhecido o número de pessoas que moram sozinhas. Em Rio das Ostras, verificando o poder do orçamento municipal existente para custeio e infra estrutura da cidade em 2005, comparado com 2010, percebemos que a evolução da população reduziu pela metade a sua capacidade financeira de gerenciamento, e certamente mais que dobrou o impacto dos custos dessa nova realidade. Em Casimiro de Abreu a situação não foi muito diferente, no ano de 2006, população estimada em 25.000 habitantes o orçamento municipal foi de R$136.920.451,00, já em 2010, ano do censo, onde foi constatado a população de 35.373 habitantes, tivemos que nos virar com um orçamento de cerca de R$150.000.000,00 sendo apenas 9% maior. Se compararmos o tamanho da população de 2006 com 2010, vamos perceber que hoje temos uma população 41% maior, que em relação as receitas representam uma perda de 32% na atual realidade.
Da realidade, fica o desfio na explosão da economia de fazer mais com menos. Encaixar e qualificar despesas, para adequá-las ao crescimento vertiginoso da população, demonstrando que temos que gastar melhor os recursos disponíveis, como medida preventiva e planejada de evitar que administrações públicas sucumbam nos próximos anos.
Eliezer Crispim/Secretário de Administração/Casimiro de Abreu.
Veja mais informações no site do IBGE/Censo/2010. http://www.censo2010.ibge.gov.br/primeiros_dados_divulgados/index.php
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